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O Monte Everest está localizado na Cordilheira do Himalaia, entre o Tibete e o Nepal. Tida como a montanha mais alta da Terra, há quem diga que não, como você vai poder conferir mais adiante nesse artigo.
O Everest tem 8.844 metros de altitude e foi batizado com esse nome por Sir Andrew Scott Waugh, o governador-geral da Índia colonial britânica, em homenagem a seu predecessor, Sir George Everest. Em 1852, o local foi identificado como a montanha mais alta do mundo pelo Radhanath Sikdar, um matemático e topógrafo indiano de Bengala.
Mas foi apenas em 1953 que ela foi escalada pela primeira vez. Os detentores desse feito foram Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay, que fizeram história como os primeiros alpinistas de sucesso do Monte Everest. No entanto, o desejo de subir a montanha não tem diminuído ao longo das décadas.
De acordo com as estatísticas, até o final de 2006, 8.030 pessoas tentaram alcançar o topo da montanha, sendo que destas 212 não retornaram e 56% delas morreram depois de atingir o cume. O Everest é assim, guarda triunfos e tragédias, além de outros fatos interessantes. Confira alguns abaixo.
1 – Aranhas da montanha
Mesmo com o ar rarefeito da altitude, os alpinistas têm ainda mais motivos para se preocupar, além de subir ao topo: as aranhas. A espécie Euophrys omnisuperstes, mais conhecida como aranha saltadora do Himalaia (sentiu o drama?), se esconde em cantos e fendas nas encostas do Everest.
Os alpinistas têm observado a aparição delas em altitudes de até 6,7 mil metros da montanha. As pequenas aranhas se alimentam de qualquer inseto levado pelos ventos fortes para as rochas. Elas são praticamente os únicos animais permanentemente habitantes em uma altitude tão elevada, além de algumas espécies de aves.
2 – Dois homens escalaram a montanha 21 vezes
Os xerpas (ou sherpas) formam a etnia da região do Himalaia onde fica o Everest. Muitos deles já escalaram a montanha, mas foram apenas dois deles que conseguiram a façanha de fazer isso 21 vezes. Apa Sherpa e Phurba Tashi detêm o recorde conjunto para a maioria das subidas do Everest.
Phurba alcançou o topo do mundo três vezes, somente em 2007, e Apa chegou ao cume da montanha com sucesso quase todos os anos entre 1990 e 2011. Apa diz que ele observou mudanças claras na montanha causadas pelo aquecimento global ao longo dos anos. Ele falou de suas preocupações com o derretimento da neve e geleiras, que expõem a rocha e a torna cada vez mais difícil de escalar.
Ele também se preocupa com o bem-estar de seu povo, depois de perder sua própria casa em uma inundação causada pelas geleiras derretidas. Para chamar a atenção do mundo para esses problemas, Apa dedicou várias subidas ao Everest à sensibilização para a mudança climática.
3 – A briga no topo do mundo
As escaladas do Everest nem sempre são os triunfos harmoniosos e cheios de glórias que você pode imaginar. Em 2013, os escaladores, Ueli Steck, Simone Moro e Jonathan Griffith, enfrentaram uma briga violenta com os xerpas, depois de supostamente terem ignorado ordens de parar a escalada.
Os xerpas acusaram os escaladores de entrar em seu caminho, causando uma avalanche que atingiu outros xerpas que estavam escalando mais abaixo da montanha. Os alpinistas negaram as acusações e o confronto se tornou violento. Os xerpas então partiram para o ataque com chutes, socos e pedras, sendo que Moro disse que um deles até ameaçou matá-la.
A luta poderia ter acabado muito pior, mas a alpinista americana Melissa Arnot advertiu o trio a fugir para o acampamento antes que eles os atacassem até a morte. Após o incidente, um oficial do exército do Nepal interveio e os dois lados assinaram um acordo de paz para resolver a situação.
4 – Uma história de 450 milhões de anos
Embora as montanhas do Himalaia tenham sido formadas há 60 milhões de anos, a história do Everest, na verdade, remonta de muito mais tempo. O calcário e o arenito da rocha no cume da montanha foram um dia parte de camadas sedimentares abaixo do nível do mar há 450 milhões de anos atrás. Incrível, não é?
Com o tempo, as rochas do fundo do mar foram forçadas e empurradas para cima a uma velocidade de até 11 centímetros por ano, atingindo a posição atual. O mais surpreendente é que as formações superiores do Everest contêm fósseis de criaturas marinhas e conchas que um dia ocuparam o oceano.
O explorador Noel Odell foi o primeiro que descobriu os fósseis embutidos dentro de rochas do Everest em 1924, provando que a montanha já esteve debaixo do mar.
5 – Disputa das alturas
O número exato da altura do Everest é um pouco relativo. Por exemplo, há fontes que dizem que a altura é de 8.844 metros, como dissemos no início do artigo. Com neve, ela sobe para 8.848 metros. Entretanto, a altura também pode variar, dependendo de que lado da fronteira você está. Como assim?
Exatamente como dizem os números acima, os chineses dizem que o pico está a 8.844 metros, enquanto o povo do Nepal diz 8.848 metros. Isso porque a China argumenta que a montanha deve puramente ser medida pela altura das rochas, excluindo-se os metros de neve no topo.
6 – Está crescendo
Apesar de as duas alturas que falamos acima serem consideradas, ambas podem estar erradas, de acordo com medidas mais recentes. Em 1994, uma equipe de pesquisa descobriu que o Everest continua a crescer cerca de 4 milímetros a cada ano. De acordo com o estudo, o subcontinente indiano era originalmente uma massa de terra independente, que colidiu com a Ásia, formando o Himalaia, e as placas continentais ainda estão se movendo, empurrando as montanhas sempre mais para o alto.
Em 1999, alguns pesquisadores norte-americanos colocaram um dispositivo de posicionamento global por satélite abaixo do cume para medir o crescimento. Seus resultados mais precisos levaram à altura oficial do Everest a ser alterada para 8.850 metros. No entanto, não são todas as fontes oficiais que divulgam esse número.
7 – A montanha mais suja do mundo
Gente sem educação tem em todo o mundo, não é verdade? Tanto que até o Everest sofre com o lixo deixado pelos visitantes e alpinistas. A montanha não está repleta apenas de cadáveres de alpinistas, mas também tem cerca de 50 toneladas de resíduos, com mais deixados para trás a cada temporada.
As pistas estão espalhadas com tambores usados de oxigênio, equipamentos de escalada e muitas fezes humanas. O Eco Everest Expedition vai à montanha todos os anos desde 2008 para tentar resolver o problema e eles já coletaram mais de 13 toneladas de lixo até o momento.
O governo do Nepal quer impor uma nova regra a partir desse ano, em que os escaladores devem recolher ao menos oito quilos de resíduos em sua descida, senão perdem o depósito de quatro mil dólares de ajuda de custo.
Artistas que trabalharam com o projeto de arte "Everest 8848" conseguiram transformar toneladas de lixo, incluindo barracas quebradas e latas de cerveja, em 75 peças de arte para chamar a atenção para o problema ambiental.
8 – Talvez não seja o ponto mais alto do mundo
Embora o Monte Everest seja o ponto mais alto da Terra a partir do nível do mar, o Mauna Kea, um vulcão havaiano inativo, detém o recorde como a montanha mais alta do mundo. De acordo com o List Verse, o pico do Everest tem a maior altitude, mas isso não significa que ele seja o mais alto.
O Mauna Kea atinge uma altura de 4.205 metros acima do nível do mar, mas o vulcão se estende a incríveis 6.000 metros abaixo da superfície da água. Medido a partir de sua base no fundo do oceano, a sua altura total é de 10.200 metros.
Na verdade, dependendo de como você medir, o Everest não é a montanha mais alta, nem o pico mais alto. Chimborazo, no Equador, só atinge 6.267 metros acima do nível do mar, mas é o ponto mais alto do centro exato da Terra. Isto porque Chimborazo reside apenas a um grau ao sul do Equador.
Fonte: Mega Curioso, List Verse
Imagens: List Verse