foto: Mashable |
Cientistas dos Estados Unidos estão estudando o ar expirado por pessoas, já que ele contém assinaturas singulares obtidas pelo sangue de cada um
Assim como em todas as áreas do conhecimento, os processos de trabalhos e aparelhos utilizados pela Medicina estão evoluindo. E, ao contrário do que muita gente imagina, os futuros exames médicos talvez não utilizem apenas o sangue ou o DNA, mas algo muito mais “simples” ou comum: a sua respiração.
Quem afirma isso é o estudioso Raed Dweik, responsável pelo programa de hipertensão pulmonar no Instituto Respiratório da Clínica de Cleveland. Ele passou vinte anos estudando os padrões moleculares na respiração das pessoas, com o objetivo de identificar como o organismo influencia no “ar” que a pessoa solta quando está respirando.
É bom, mas há restrições...
Por conta de todas as suas pesquisas, Dweik concluiu que as moléculas envolvidas na sua respiração são influenciadas diretamente por aquilo que está acontecendo no seu sangue. Sobre isso, o pesquisador afirmou que: “Muitas pessoas pensam que a respiração é aquilo que está nos pulmões, mas nós descobrimos que qualquer coisa no seu corpo e que vai para o seu sangue pode ser mensurada pela respiração”.
Dessa maneira, com aparelhos parecidos com aqueles que são utilizados para definir o nível de álcool no sangue, é possível identificar se uma pessoa tem câncer de pulmão, alguma doença no coração ou fígado e até mesmo inflamações de intestino. Além disso, esses exames são tão eficientes quanto testes com sangue, com o benefício de serem mais baratos, práticos e menos invasivos.
Contudo, Dweik ressalta que os exames por respiração não são perfeitos, assim como qualquer outra técnica utilizada — um exemplo é o fato de que o câncer de esôfago não foi identificado. Algumas condições também podem influenciar no resultado final, como é o caso de pessoas obesas, possivelmente por conta da metabolização desses pacientes (e isso também pode ajudar em tratamentos de perda de peso).
Exames que você mesmo vai fazer
O próximo passo dos cientistas é identificar padrões, como lesões cerebrais de jogadores de Futebol Americano, para que os resultados de testes de respiração sejam entendidos rapidamente e resultem em um tratamento mais efetivo. Dweik também afirma que, em um futuro um tanto quanto próximo, as pessoas vão carregar pequenos aparelhos para um controle melhor da própria saúde.
No entanto, essa realidade ainda está um pouco distante, já que muitos dos dispositivos de análise de respiração são do tamanho de máquinas de lavar roupas. Mesmo assim, Dweik não desanima e afirma que a respiração dos seres humanos guarda muitos segredos.
Imagens: Mashable, Clícica de Cleveland