Rotação de um exoplaneta
Com o auxílio de observações obtidas com o telescópio VLT, no Chile, foi possível determinar pela primeira vez a taxa de rotação de um exoplaneta.
O planeta, chamado Beta Pictoris b, tem um dia que dura apenas 8 horas, um valor muito menor do que o observado em qualquer planeta no Sistema Solar.
Isso significa, por exemplo, que o equador do exoplaneta desloca-se a quase 100.000 quilômetros por hora - o equador de Júpiter tem uma velocidade de cerca de 47.000 quilômetros por hora, enquanto o da Terra viaja a apenas 1.674,4 quilômetros por hora.
Mas o mais importante do novo resultado é que ele permite estender aos exoplanetas a relação entre massa e rotação observada no Sistema Solar.
"Não sabemos porque é que alguns planetas giram mais depressa que outros," disse Remco de Kok, membro da equipe que fez a observação. "Mas esta primeira medição da rotação de um exoplaneta mostra que a tendência observada no Sistema Solar de que os planetas de maior massa giram mais depressa, pode aplicar-se de igual modo aos exoplanetas, o que nos leva a pensar que este efeito deve ser alguma consequência universal do modo como os planetas se formam".
Beta Pictoris b é um planeta muito jovem, com cerca de 20 milhões de anos (comparativamente, a Terra tem 4,5 bilhões de anos de idade). Com o passar do tempo, espera-se que o exoplaneta esfrie e encolha, o que fará com que ele gire ainda mais depressa.
Por outro lado, outros processos podem influenciar a variação da rotação de um planeta - por exemplo, a rotação da Terra está diminuindo com o tempo, em consequência das interações de maré com a nossa Lua.
Fonte: Inovação Tecnológica