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Saiba um pouco mais sobre o constante processo de “recauchutagem celular” e o que isso tem a ver com o envelhecimento dos humanos
Você já parou para pensar no quanto as células que compõem o nosso organismo trabalham ao longo de nossas vidas? Os cabelos, assim como as unhas, nunca param de crescer, a nossa pele escama, vamos perdendo a memória, os ossos vão se tornando gradativamente mais fracos etc. No entanto, apesar de envelhecermos, as nossas células se mantém em um constante ciclo de renovação.
De acordo com o pessoal do how stuff works, pesquisas realizadas nos anos 50 demonstraram que, em média, 98% dos átomos presentes no interior das moléculas que compõem as células do corpo humano são renovados anualmente através do ar que respiramos, dos alimentos que ingerimos e dos líquidos que consumimos.
De átomos a células
Alguns anos depois, outro estudo, baseado na medição do carbono-14 no organismo — absorvido do ar pelas plantas que consumimos e, portanto, presente em nosso DNA —, demonstrou que as células também se renovam periodicamente. Isso ocorre por meio de um ciclo constante no qual as células vão envelhecendo e morrendo, sendo substituídas por outras novas.
No entanto, embora o corpo passe por uma “recauchutagem celular” da cabeça aos pés em intervalos que variam entre 7 e 10 anos, vale lembrar que as células de diferentes órgãos e tecidos se renovam com ritmos diferentes, dependendo do quanto cada uma precisa trabalhar para desempenhar suas funções.
Diferentes funções e ritmos
As hemácias, por exemplo, devido à árdua atividade que executam — transportando o oxigênio para os mais diversos tecidos do corpo através do sistema circulatório —, apenas sobrevivem por um pequeno período. Já as células da pele sofrem bastante desgaste graças à sua função protetiva, renovando-se a cada duas ou quatro semanas.
Os cabelos, por outro lado, demoram por volta de seis anos para as mulheres e três para os homens para completar esse processo. E o fígado — que funciona como uma espécie de filtro para uma grande variedade de contaminantes presentes no organismo — tem suas células renovadas em períodos que variam entre 150 a 500 dias.
As células do estômago e dos intestinos, por conta da ação dos ácidos estomacais, têm um período de vida bem mais curto, demorando cerca de 5 dias para que a renovação ocorra. E as células que compõem o esqueleto, embora estejam constantemente em regeneração, levam cerca de 10 anos para concluir o ciclo. Além disso, conforme envelhecemos, o processo se torna mais lento e, como consequência, nossos ossos se tornam mais fracos.
DNA e envelhecimento
Bem, tudo isso sem falar que também contamos com algumas células que não sofrem renovação ao longo de nossas vidas, como é o caso dos neurônios que compõem o córtex cerebral. Essa área é responsável por comandar funções relacionadas com a memória, linguagem, pensamentos e consciência, e é por conta de seu envelhecimento que vão surgindo problemas degenerativos como a demência, por exemplo.
Mas, se o ciclo de renovação celular está acontecendo constantemente, então por que é que envelhecemos? Neste caso, os cientistas acreditam que a resposta não se encontra em nossas células, mas sim no DNA presente no interior delas. Segundo o how stuff works, os humanos envelhecem e morrem porque as células sofrem mutações ao longo dos anos, e essas alterações vão se tornando cada vez piores conforme são transmitidas para as novas células.
Fonte: how stuff works, Mega Curioso
Imagens: Mega Curioso