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Graças a um físico da NASA, a noção de ‘velocidade de dobra’ poderá sair da ficção científica e adentrar o mundo real.
Harold White tem trabalhado desde 2010 para desenvolver um motor de velocidade de dobra, o qual permitirá à uma espaçonave viajar em velocidades mais rápidas do que a da luz, que é de aproximadamente 300.000 quilômetros por segundo.
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White, que lidera a Equipe de Propulsão Avançada da NASA, falou sobre sua nave estelar conceito numa conferência há alguns meses. Mas o interesse em seu projeto alcançou um novo nível na semana passada, quando ele revelou imagens de como uma nave poderia ser.
Criadas pelo artista Mark Rademaker, que se baseou nos projetos de White, as imagens mostram uma espaçonave tecnologicamente detalhada, a qual encaixaria perfeitamente num filme da série ‘Jornada nas Estrelas’ (Star Trek). Rademaker diz que levou mais de 1.600 horas para criar as ilustrações.
Por agora, a velocidade de dobre é somente possível em filmes e programas de TV. White batizou a espaçonave conceito de ISX Enterprise, em homenagem a famosa nave comandada pelo Capitão James T. Kirk da série de TV e filmes ‘Jornada nas Estrelas’.
Na Conferência Espacial SpaceView 2013, que ocorreu em novembro passado na cidade de Fênix, estado do Arizona – EUA, White falou a respeito de seu projeto, dos conceitos por detrás dele e do progresso que tem sido feito no desenvolvimento da velocidade de dobra por sobre as décadas. Ele discutiu a ideia de uma ‘dobra espacial’, que é uma brecha na teoria da relatividade geral, que permitiria a viagem por vastas distância de forma muito rápida, reduzindo assim o tempo de viagem, de milhares de anos para somente dias.
Em sua palestra, White descreveu as dobras espaciais, assim como galáxias longínquas podem dobrar a luz ao seus arredores. Elas funcionam no princípio de se dobrar o espaço, tanto na frente, como atrás da espaçonave. Isto essencialmente iria permitir que o espaço vazio atrás da nave se expandisse, tanto empurrando quanto puxando-a ao mesmo tempo. O conceito é similar ao de uma escada rolante ou de uma esteira rolante.
“Não há limite de velocidade na expansão e contração do espaço“, disse White na conferência. “Na verdade você pode encontrar uma forma de contornar o que eu gosto de chamar de 11º mandamento: Não excederás a velocidade da luz.“
Foi a ideia das dobras espaciais que inspirou o físico Miguel Alcubierre em 1994 a teorizar pela primeira vez um modelo matemático de motor de dobra, que seria capaz de dobrar o espaço e o tempo. Enquanto estudava as equações de Alcubierre, White decidiu projetar sua própria versão remodelada do Motor de Alcubierre. Seu projeto recentemente desvendado possui muito menos espaço vazio do que o primeiro modelo conceito, aumentando assim a sua eficiência.
O motor de dobra que a equipe de White tem trabalhado iria literalmente transcender o espaço, encurtando a distância entre dois pontos e permitindo que uma nave quebre a velocidade da luz. Esta seria uma espaçonave sem limite de velocidade.
Devido ao fato da viagem ao espaço ser extremamente limitada por causa dos meios de propulsão existentes, tal tecnologia poderia abrir as possibilidades da exploração espacial. Ela poderia permitir o estudo das regiões mais longínquas do espaço, as quais hoje os cientistas consideram inimagináveis.
Embora a tecnologia para criar a espaçonave, ou o motor de dobra, ainda não exista, as renderizações artísticas que Rademaker criou poderiam potencialmente ser um modelo do que está por vir – a primeira espaçonave a quebrar a barreira da velocidade da luz e ir além do nosso sistema solar.
White diz que este projeto foi desenhado a partir dos esboços da Enterprise da ‘Jornada nas Estrelas’, feitos por Matthew Jeffries em 1965, e que partes daquela espaçonave estavam matematicamente corretas. Ele trabalhou com Rademaker e o desenhista gráfico Mike Okuda para atualizar a matemática e produzir o que ele acredita ser uma espaçonave viável.
De acordo com a NASA, não há nenhuma prova de que um motor de dobra possa existir, mas a agência está fazendo experimentos mesmo assim. Embora o conceito não viole as leis da física, isso não garante que ele irá funcionar.
“Estamos começando a falar sobre onde o próximo capítulo da exploração humana do espaço será“, disse White na SpaceVision.