foto: reprodução/wikimedia commons Na busca de uma boa alimentação, muitas vezes acreditamos em alguns fatos sobre os alimentos que nem são verdadeiros. Conheça 10 deles que, provavelmente, você tinha como certos e não são. |
Quando entramos em um mercado, seja ele de pequeno ou grande porte, nos deparamos com uma infinidade de alimentos de diferentes tipos. São milhares de itens e você precisa se decidir qual deve levar para casa, o melhor produto para a sua saúde e de seus familiares, preferir aquele que faz bem e não o que faz mal... Não é tarefa fácil!
Como fazer essas escolhas, então? Normalmente, pelas informações que chegam até nós. E elas estão por todas as partes: em sites na internet, revistas, jornais, televisão, rádio... É tanto “coma isso, não coma aquilo, faça desse jeito, não faça assim” que ficamos até perdidos. E será que tudo isso é verdade? Confira alguns mitos sobre nutrição em que nós acreditamos.
01 – Ter necessidade de alguns alimentos significa que falta alguns nutrientes específicos na sua alimentação
Você é louco por chocolate? Tem verdadeira necessidade de comer arroz? Não pode ver um pedaço de queijo na sua frente? Calma, diferente do que você já deve ter ouvido falar, não está falando nenhum nutriente na sua alimentação. Bem, pelo menos esse não é um fator que poderia identificar a carência de alguma coisa no seu organismo.
Talvez a ânsia por algum alimento tenha mais a ver com o lado emocional do que com o lado físico. Porém, há uma exceção: se você é carente de ferro, você pode ter desejos, mas não de coisas realmente nutritivas, e sim de coisas estranhas como argila ou cubos de gelo. Isso é um distúrbio conhecido como pagofagia.
02 – Dieta sem glúten pode melhorar a saúde
Cada vez mais, a gente ouve falar nas dietas sem glúten. Elas são destinadas exclusivamente para pessoas com doença celíaca e intolerância ao glúten, porém, elas estão cada vez mais em evidência e sendo utilizadas até mesmo por quem não precisa. No entanto, há pouca evidência (quase nenhuma) de que evitar o glúten faz bem para a população em geral.
Pessoas com doença celíaca não conseguem digerir o glúten — uma proteína encontrada no trigo, centeio e cevada. Se elas consomem o glúten, o intestino delgado acaba danificado, o que dificulta a absorção de nutrientes, causando fadiga e desconforto abdominal. Parando de consumi-lo, elas se sentem bem e tem mais energia. Porém, se você não sofre desse problema, tirar o glúten da sua alimentação não vai trazer bons resultados.
03 – Evite leite integral por causa da gordura
A ideia de que a gordura do leite faz mal e aumenta o risco de doença cardiovascular surgiu na década de 50 e fez com que a indústria de laticínios trocasse o leite integral pelo desnatado nos derivados, como queijo, manteiga ou sorvete, por exemplo. Mas, segundo pesquisas, a gordura de produtos lácteos não é ruim para o coração ou para o seu peso. Pelo contrário.
O leite gordo tem sido associado em dietas para pessoas com doenças cardiovasculares e com diabetes tipo 2. Além disso, pessoas obesas que lutam contra o peso têm recomendação para tomar leite integral e crianças que são alimentadas com leite gordo são menos propensas a se tornarem obesos na idade adulta.
Os benefícios residem em gorduras complexas do leite integral, que incluem mais de 400 ácidos gordos diferentes misturados com uma grande quantidade de proteínas, cálcio e outros nutrientes. Além disso, os cientistas suspeitam que o leite pode conter uma substância ainda sem nome que altera o metabolismo, queimando a gordura e transformando em energia, em vez de armazená-la.
04 – A pele do frango deve ser retirada
Você só come frango sem pele, seja qual for a parte (peito, coxa, asa...)? Muita gente não come simplesmente porque não gosta do sabor, mas algumas pessoas acham que, na pele, encontra-se uma quantidade imensa de gorduras que podem fazer mal. Então é hora de começar a repensar o seu conceito.
A cada 350 gramas de peite de frango com pele, você tem apenas 50 calorias a mais e 2,5 gramas de gordura. 55% dessa gordura monoinsaturada é boa para o coração. Mas consuma, de preferência, sem ser frita. Na verdade, a pele desempenha um papel importante no cozimento e garante uma carne sempre macia e suculenta.
05 – Fibras são sempre boas
Elas são facilmente encontradas em muitos dos alimentos que comemos: frutas, legumes, cereais integrais e leguminosas. As fibras são excelentes auxiliadoras contra a constipação, reduzem o risco de diabetes e doenças cardíacas, além de ajudarem você a manter o peso ideal, prevenindo obesidade e outras doenças relacionadas.
Porém, existem aqueles alimentos enriquecidos com fibras, como pão branco, iogurte, sorvete e, agora, até mesmo refrigerante. Essas fibras são quimicamente sintetizadas e não fazem tão bem quanto as que são naturais. Elas não são eficientes para incentivar o movimento do intestino e têm pouco impacto sobre o açúcar no sangue.
Se essas fibras são consumidas em excesso, elas podem causar gases e flatulência. Portanto, se você quer aproveitar os benefícios que as fibras (as verdadeiras) trazem para a vida, então consuma-as em forma de alimentos naturais. Essas sim vão auxiliar você em tudo o que você precisa, sem causar danos para o organismo.
06 – O sal marinho é mais saudável que o sal de mesa (refinado)
Você pode usá-lo por causa do sabor que ele dá à comida, das cores (preto, rosa, cinza, vermelho) e da textura, mas o sal marinho não é melhor do que o sal de mesa. Eles são obtidos de forma diferente, mas ambos têm o mesmo teor de sódio (575 miligramas por colher de chá) e podem desenvolver pressão arterial elevada na mesma proporção.
Se você resolver diminuir a quantidade de sal, você pode encontrar os minerais do sal marinho em outros alimentos comuns, como nozes, legumes, laticínios e algumas frutas e legumes, enquanto o iodo do sal refinado também pode ser encontrado em peixes, produtos lácteos, molho de soja e ovos.
07 – Comer cenoura melhora a visão
Quem é que, quando criança, não ouviu a mãe falar que comer cenoura faz bem para a visão? Muitas delas até aumentavam e contavam que algumas crianças ganhavam visão noturna depois de ingerirem o alimento. Isso era o suficiente para que comêssemos toda a cenoura que se encontrava em nosso prato.
Embora a cenoura seja rica em betacaroteno, um componente da vitamina A, ela não tem ação direta sobre a visão. E o boato da visão noturna surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando o governo britânico atribuiu a capacidade de voo noturno de seus pilotos à ingestão de cenoura, quando, na verdade, eles estavam empregando um novo tipo de radar.
08 – Frutose de milho é pior do que o açúcar
O xarope de milho rico em frutose (HFCS) está no topo da lista dos alimentos que são verdadeiros vilões. Ele surgiu como uma ótima alternativa ao açúcar, mas, como ele apareceu em refrigerantes, pães e alimentos que engordam, ele passou de mocinho a bandido em um piscar de olhos. Ele é culpado ou inocente pela obesidade das pessoas?
As substâncias que compõem a HFCS são bem semelhante ao do açúcar refinado. O açúcar é composto 50% de frutose e 50% de glicose, enquanto o HFCS tem 55% de frutose, 42% de glicose e 3% de sacarídeos. Com relação ao número de calorias, HFCS e açúcar empatam. Se consumidos em excesso, qualquer adoçante pode levar ao ganho de peso, doença do fígado, resistência à insulina, doenças cardíacas e diabetes tipo 2.
09 – Os nutrientes da batata estão todos na casca
Difícil quem goste de comer a casca da batata (embora ela seja, sim, comestível). Então algumas pessoas, para estimular o consumo do que é descartado, dizem que os nutrientes do alimento estão todos na casca. Embora ela seja, sim, nutritiva, apenas 20% da nutrição encontrado no alimento integral se encontra na casca.
Além disso, a carne de uma batata média contém vitaminas C, K e B6, bem como uma boa dose de niacina e tiamina, sem falar do magnésio, fósforo, cobre, manganês, zinco, riboflavina e ácido fólico, tudo por menos de 150 calorias.
10 – Alimentos livres de gordura são melhores para pessoas que querem emagrecer
Se você está de dieta, provavelmente já encheu o seu armário da cozinha de molho de salada sem gordura, maionese light, biscoitos com baixo teor de gordura, e essas coisinhas. Lamento informar, mas as suas trocas podem não fazer muito efeito na sua corrida contra a balança. Pelo contrário, eles podem estar enganando você.
Tudo porque os famosos “sem gordura” trapaceiam e, para suprir a falta de gordura, eles enchem o alimento de açúcar — muito açúcar, por sinal. E o que é o açúcar, na nutrição, senão mais gordura? Porém, eles precisam ficar mais gostosos, por isso é que recebem essa dose extra de sacarose (ou você não vai conseguir engolir).
Além disso, comer a versão “mini” e “light” do alimento pode fazer você consumir mais gordura. Por exemplo, o Blueberry Muffin do Dunkin’ Donuts tem 460 calorias, 44 gramas de açúcar e 450 gramas de sódio. A versão reduzida de gordura tem 410 calorias, 40 gramas de açúcar e 620 gramas de sódio. Aí você acaba pensando: “Ah, ele é light, vou comer dois!” e pronto. Está feito o estrago.
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Ou seja, se você quer cuidar da alimentação, comece pesquisando para saber se aquela dica é realmente verdade. Pode ser que você esteja sendo enganado e não saiba. Aliás, uma consulta com um nutricionista é a coisa mais recomendável a se fazer. Ele pode resolver as suas dúvidas e dizer o que é mais saudável para você.
Fonte(s): HowStuffWorks, Mega Curioso
Imagens: HowStuffWorks