foto: flickr Essa questão foi debatida por milhares de anos. Um mito popular que data do século IV antes de Cristo e perdura até hoje afirma que a atmosfera da Terra faz com que a Lua pareça ampliada.
Só que o acontece é o contrário: trata-se de uma compressão. A refração atmosférica faz com que nosso satélite pareça ligeiramente menor no eixo vertical quando está no horizonte ,se compararmos com o tamanho que ele parece ter no momento em que está no alto do céu. Essa refração, combinada com o fato de que a Lua está quase 7.000 quilômetros mais distante quando está perto do horizonte, faz com que ela pareça 1,5% menor quando está no horizonte se compararmos com seu tamanho quando ela aparece mais para o alto.
Então, se não se trata de uma ampliação causada pela atmosfera da Terra, o que faz com que a Lua pareça maior quando está no horizonte? Em suma, isto nada mais é do que uma ilusão de ótica. Simples assim. Você pode verificar esse fato usando um par de pinças ou uma régua para medir o diâmetro da Lua no horizonte; mais tarde, quando ela estiver no alto do céu, faça a medição novamente (assegure-se de que as pinças ou a régua estejam à mesma distância dos seus olhos quando você for fazer as duas medições). Se você conseguir medir com uma certa precisão, verá que o resultado é o mesmo nas duas medições, embora a Lua pareça duas vezes maior para o seu cérebro quando você a vê no horizonte.
Ainda se debate o que acontece nas nossas cabeças para fazer com que tenhamos essa ilusão de ótica, mas tudo parece se centrar na questão de consistência do tamanho, que diz respeito ao momento em que nossos cérebros tentam lidar com o tamanho de um objeto enquanto avaliam o quão distante ele parece estar. Por exemplo: quando você vê alguém que está muito longe de você e a cabeça da pessoa parece incrivelmente pequena, seu cérebro vai ajustar sua percepção baseado nas outras coisas que estão no seu campo de visão e usar a terceira dimensão para dar profundidade. Assim, a cabeça e a pessoa vão parecer um pouco maiores.
O efeito que acontece com a Lua no horizonte é mais ou menos o mesmo, mas dessa vez você é levado a pensar que a Lua está mais longe quando ela está no horizonte e assim ela parece maior para você. O efeito é conhecido como Ilusão de Ponzo, em homenagem ao psicólogo italiano Mario Ponzo.
Mario Ponzo demonstrou pela primeira vez a Ilusão de Ponzo em 1913 (à esquerda). Nesse experimento, Ponzo desenhou duas linhas verticais convergentes numa folha de papel. Depois ele desenhou duas linhas horizontais cruzando as primeiras, uma na parte superior e outra na inferior. Essas duas linhas horizontais têm o mesmo comprimento, mas parece que a do alto é maior. Isso acontece porque nossos cérebros interpretam as linhas convergentes como linhas paralelas que só parecem estar convergindo porque elas estão ficando mais distantes. Assim, se as duas linhas horizontais podem ter o mesmo comprimento para os nossos olhos, mas uma delas está mais longe, então vai parecer bem maior.
No final das contas, é uma questão de nosso cérebro ser enganado em termos da distância a que a Lua está de nós quando a vemos no horizonte. Quando ela está baixa, ele tem pontos de referência para compará-la, julgar a distância e ajustar o tamanho aparente baseado na distância percebida. Quando ela está no alto do céu, não há nenhum objeto que possamos usar para fazer essa comparação.
Bônus:
Fonte(s): gizmodo
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