O maquiavélico personagem Joffrey (de Game of Thrones) pode muito bem ter sido inspirado nos diversos reizinhos e governantes, cruéis e corruptos, que já foram vistos na História mundial.
Crianças e adolescentes que chegaram ao poder já com “sangue nos olhos” fizeram de seus governos verdadeiras pontes para conseguir única e exclusivamente os seus interesses, deixando totalmente de lado a preocupação com seus súditos ou cidadãos de seu país. Confira abaixo quatro dos piores reis e governantes jovens da História.
1 – O sacerdote que se tornou o imperador de Roma (no poder de 218 e 222)
Varius Avitus Bassianus, conhecido depois como Heliogábalo, foi imperador romano de 218 a 222. No início de sua juventude, ele serviu como um sacerdote do deus El-Gabal em sua cidade natal, Emesa. Ao tornar-se imperador, tomou o nome de Marcus Aurelius Antoninus Augustus e foi chamado Heliogábalo só muito tempo depois de sua morte.
Em 217, o imperador Caracala foi assassinado e substituído por seu prefeito pretoriano, Marcus Opellius Macrinus. No entanto, por intervenção da tia materna de Caracala, Júlia Maesa, que também era avó de Heliogábalo, ela o declarou como imperador em seu lugar.
Com apenas 14 anos de idade, Heliogábalo subiu ao poder imperial e iniciou um reinado que foi marcado por controvérsias e perversidades. Nesse período, ele mostrou um desrespeito às tradições religiosas romanas e tocou o terror nas festinhas regadas a orgias, tendo parceiros de ambos os sexos. Há relatos de que ele próprio também se prostituía no palácio imperial e gostava de se vestir de mulher.
A História conta que Heliogábalo casou-se seis vezes, sendo uma delas com um homem (Zoticus), mas exigia favores sexuais de outros cortesãos que foram popularmente assumidos como seus amantes.
Seu comportamento e atitudes de mudanças na religião enfureceu a Guarda Pretoriana, o Senado e as pessoas comuns do império. Devido a isso, com apenas 18 anos, ele foi assassinado e substituído por seu primo Alexandre Severo. A sua morte foi parte de uma trama de sua avó, Julia Maesa (a mesma que o colocou no trono) e os membros da Guarda Pretoriana.
Heliogábalo também ficou conhecido por ter feito sacrifícios humanos, construir uma torre para aqueles que gostariam de cometer suicídio e afogar pessoas, soltando ainda cobras venenosas nelas para assistir enquanto jantava em seus banquetes e muito mais.
2 – O tirano adolescente do Império Otomano (no poder de 1623 a 1640)
Filho do sultão Ahmed I, Murad IV subiu ao poder com 11 anos de idade, sendo um dos poucos governantes nesta lista a ser bem sucedido (à sua maneira). Murad nasceu num momento em que todo o reino em torno dele estava constantemente sob ataque. Assim, ele adotou a violência que viu e usou-a para sua vantagem.
Seu feito mais notável foi o da guerra contra Safavids, em que as forças otomanas invadiram Azerbaijão, ocupando Revan, Tabriz e Hamadan, e retomando Bagdá em 1638. A cidade resistiu ao cerco de 40 dias, mas foi obrigada a se render, sendo que maior parte da população foi massacrada, enquanto Murad apreciava tudo prazerosamente.
Suas realizações incluíram ainda a proibição do fumo, do vinho, do ópio e do café em todo o Império Otomano (o que não valia para ele próprio, é claro). Aqueles que ousaram desafiá-lo foram enforcados ou empalados. Os corpos eram frequentemente exibidos publicamente para servir de exemplo e deter os possíveis infratores. Ele morreu de cirrose hepática aos 27 anos de idade.
3 – O imperador bizantino (no poder de 1341 a 1391)
João V Paleólogo era filho do imperador Andrónico III Paleólogo e de Ana de Saboia. Ele assumiu o poder como imperador bizantino aos nove anos de idade, em 1341. O seu reinado foi marcado por conflitos e guerras violentas de facções dentro do império.
Ele teve vários coimperadores, foi deposto pelo menos uma vez durante o seu reinado e foi feito prisioneiro pela Hungria por inadimplência de seus empréstimos.
Em uma tentativa de salvar seu império, João procurou a ajuda da Igreja Católica e irritou quase todos em sua corte, bem como o seu império, pois ele desafiou a Igreja Ortodoxa de Constantinopla. Tudo isso levou à decadência do Império Bizantino, sendo reduzido a pouco mais do que a cidade de Constantinopla.
4 – Baby Doc (no poder de 1971 a 1986)
Apesar de não ser era exatamente uma criança quando chegou ao poder, o ditador Jean-Claude Duvalier tinha 19 anos de idade quando foi declarado presidente do Haiti.
Mais conhecido como Baby Doc, ele chegou ao poder depois que o seu pai (o Papa Doc) o nomeou como sucessor e mexeu os pauzinhos, alterando a constituição do país para permitir que o filho fosse presidente para o resto de sua vida.
Após assumir o poder, Baby Doc introduziu alterações no regime terrorista deixado por seu pai e delegou grande autoridade aos seus assessores, embora milhares de haitianos tenham sido mortos ou torturados, e outras centenas de milhares de pessoas fugiram do país.
Ele manteve um estilo de vida notoriamente luxuoso em meio à miséria do resto da população, ganhando milhões com o envolvimento no tráfico de drogas e com a venda de partes de corpos de haitianos mortos. Sua família enriqueceu exportando cadáveres e plasma sanguíneo para os Estados Unidos.
Devido a tantas atrocidades, muitos acreditavam que seu governo não duraria por muito tempo, mas ele conseguiu comandar o país por cerca de 15 anos. Os Duvalier foram forçados a fugir do Haiti e se estabeleceram na França. Baby Doc retornou ao Haiti em 2011, mas o povo de lá dificilmente irá esquecer o legado de terror deixado por sua família.
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