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Cientistas conseguem criar organismo alienígena a partir de DNA artificial

foto: Shutter Stock


A novidade vem dos Estados Unidos e sugere novas possibilidades para a ciência e a nanotecnologia

Os cientistas do Instituto de Pesquisas The Scripps (TSIR, na sigla em inglês), localizado em San Diego, na Califórnia, nos Estados Unidos, acabam de criar um novo organismo vivo cujo código genético inclui seis letras – em vez de quatro. Os especialistas ainda ressaltam que o par adicionado ao DNA não pode ser encontrado na natureza.
No estudo completo, que foi publicado no período Nature no começo do mês, os especialistas descrevem a bactéria inédita como a primeira forma de vida a conter blocos genéticos artificiais. De acordo com eles, a descoberta pode ajudar os cientistas no desenvolvimento de medicamentos e produtos que hoje não podem ser fabricados por causa da presença de células com código genético natural.
“A vida na Terra em toda sua diversidade é codificada somente por dois pares de bases de DNA: A-T e C-G. O que fizemos foi criar um organismo que estavelmente contém um terceiro par de bases artificiais. Isso mostra que outras soluções para o armazenamento de informações são possíveis e, claro, nos aproxima de um DNA expandido que terá muitas aplicações interessantes – de novos medicamentos a novos tipos de nanotecnologia”, explica Floyd E. Romesberg, professor do TSRI e coordenador da pesquisa.

Um novo ser

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O procedimento executado durante a pesquisa foi a adição de um par artificial de nucleotídeos do tipo X e Y ao código genético de uma bactéria E. coli. Ao que tudo indica, o organismo está se reproduzindo normalmente e a melhor parte é que ele continua replicando o par X-Y juntamente com os nucleotídeos naturais.
De acordo com os cientistas, o próximo passo da pesquisa é demonstrar que o novo DNA de seis letras é capaz de dar origem a cadeias de RNA, que são as responsáveis pela síntese de proteína nas células. “A princípio, nós conseguiríamos codificar novas proteínas a partir dos novos aminoácidos artificiais – isso nos daria uma grande oportunidade até de criar proteínas terapêuticas e diagnósticas e reagentes de laboratório para determinadas funções”, complementa Romesberg.
Apesar da boa notícia e do evidente avanço científico, não podemos nos esquecer de que o desenvolvimento de novas formas de vida e proteínas envolvem questões de segurança. “A chegada dessa forma de vida alienígena sem precedentes pode ao longo do tempo ter implicações éticas, legais e regulamentares”, comenta Jim Thomas, porta-voz do grupo canadense ETC Group.

Imagens: Shutter Stock

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