Se você ouve alguém dizer a palavra “pirata” e logo vêm os filmes de Jack Sparrow e as lendas do Barba Negra à cabeça, então é hora de apertar mais um parafuso da cachola. Esqueça um pouco o mundo da fantasia, das lendas e, principalmente, dos filmes que não condizem com o quesito “realidade” — seja ela no passado, presente ou futuro.
Infelizmente, desde alguns séculos atrás, os piratas ganharam a imagem de pessoas totalmente “undergound”, sem educação, atuando como verdadeiros marginais, ladrões e assassinos soltos pelas águas dos oceanos do Planeta Azul, não é verdade? Pois é, saiba que boa parte disso é mentira! Essa imagem distorcida que muita gente tem desses precursores dos conhecimentos da navegação não passa de um grave erro que foi grudado no cérebro dos seres humanos — desde crianças.
O auge
Apelidados de piratas por Homero em sua Odisseia (termo derivado da junção de duas palavras gregas, “tentar” e “assaltar”), esses caras deram o que falar nos séculos 17 e 18, ganhando algumas páginas na História durante a conturbada e polêmica “Idade de Ouro da Pirataria”, que alguns também chamam de “Época Dourada da Pirataria”.
De acordo com alguns registros históricos da época (não tão confiáveis assim), o objetivo dessa turma era simples: apoderar-se das riquezas alheias de mercadores, pilhar os navios do estado, saquear pequenos povoados e até mesmo cidades costeiras, capturando tudo o que tivesse valor — metais, pedras preciosas, bens etc. — e, claro, fazendo alguns reféns para exigir resgates com preços altíssimos.
Desmascarando alguns mitos
Alguns costumes e práticas acerca do universo dos piratas foram totalmente distorcidos ao longo da História, principalmente no Ocidente (para variar), fazendo com que muita gente crescesse com imagem totalmente errada deles na cabeça — culpem hollywood! Se este é o seu caso, então já está na hora de abrir o horizonte de suas águas internas e descobrir algumas verdades sobre esses aventureiros marítimos. Confira:
1. Os tesouros raramente eram enterrados
Pouquíssimos piratas chegaram a enterrar alguma preciosidade, como William Kid, Francis Drake e Roche Braziliano. Em vez de enterrar as joias e montar um mapa do tesouro para desenterrá-las posteriormente, eles preferiam dividir os tesouros roubados entre a tripulação. Além disso, a maioria dos bens capturados não era ouro, mas sim comida e tecidos. Essa lenda de baú do tesouro vem de um livro bem famoso, chamado Treasure Island.
2. Não existia a moda de usar perna de pau
Os piratas geralmente saíam bem feridos de algumas batalhas, e esse risco fazia parte do dia a dia deles, era normal. Muitos tinham alguma mão ou perna amputada, mas eles não colocavam nenhuma perna de pau no lugar, não. Quando algum acidente sério acontecia, quase sempre era o cozinheiro quem fazia as “cirurgias” e tentava selar a cicatrização dos machucados.
Contudo, naqueles tempos era bem provável que algum pirata com a perna amputada viesse a morrer dentro de poucos meses. Além disso, não se esqueça de que um tripulante sem o total de sua mobilidade no corpo já não prestava mais para os combates; ele era retirado da linha de frente de combate e se tornava apenas mais um tripulante especulativo.
3. Eles não andavam na prancha até cair no mar
Isso é nada mais do que um mito. Piratas ou prisioneiros que quebravam as regras eram abandonados em ilhas ou até mesmo chicoteados, mas nunca eram obrigados a andar na prancha do navio até cair em alto-mar — ouviu, Jack Sparrow? Em alguns casos mais críticos, o pirata era amarrado a uma corda e então jogado ao mar, de um lado do navio — cruel!
4. Equipe exemplar de trabalhadores
Um navio pirata era mais que um barco cheio de marginais, assassinos e ladrões. Na verdade, ele era uma máquina que funcionava muito bem, com bons trabalhadores e até mesmo divisões de cargos bem definidas. O capitão era “o cara” e sempre decidia para onde ir e a quem atacar.
Além disso, ele tinha o controle total durante as batalhas. O intendente era responsável por supervisionar a operação do navio e dividia o dinheiro conqustado. Entre outras funções, estavam o carpinteiro, artilheiro, navegador e cozinheiro.
5. Existiam mulheres piratas
Sim, é verdade! Tudo bem que era um caso bem raro de acontecer, mas havia algumas mulheres que também eram piratas e se aventuravam “que nem macho” pelos mares. Os exemplos mais famosos são Anne Bonny e Mary Read, que navegaram com “Calico Jack” Rackham, em 1719. Detalhe: elas se vestiam como os homens da tripulação.
6. Eles tinham regras e regulamentos
Se você acha que a vida dos piratas era totalmente sem regras, apenas atacando, roubando e enchendo a cara de rum, está enganado! A maioria das tripulações de piratas tinha seu próprio código — sempre definido pelo capitão —, que deveria ser seguido à risca por todos os membros. As regras incluíam punições severas para mentiras, roubos ou brigas a bordo.
7. Opção “saudável” de trabalho alternativo
Não pense que os piratas eram largados e que não conseguiam encontrar emprego. Muitos deles escolhiam esse tipo de vida ou viam nos navios um meio de fugir de alguma perseguição política ou religiosa (comum desde o início da galáxia).
Para você ter ideia, quando um navio mercante era abordado, não era raro ver boa parte da tripulação comercial se unindo aos piratas. Naquela época, os trabalhos vistos como “honestos” eram apenas o comércio e o serviço militar, mas ambos ofereciam condições terríveis.
8. Muitos piratas eram maçons
Pois é, senhoras e senhores! Inúmeros maçons eram tripulantes ativos de navios piratas, e existem algumas informações históricas que dizem que a frota dos Templários (Ordem do Templo) deu um verdadeiro “upgrade” no mundo da pirataria, chegando até a América, antes de Cristóvão Colombo pisar no Novo Continente.
Vale ressaltar que, por volta do ano de 1307, o último grão-mestre templário, Jacques de Molay, foi imolado em uma fogueira pelo Império Romano, fazendo com que muitos Cavaleiros Templários (que depois de muitos anos iriam pregar uma nova doutrina na época, que hoje conhecemos como maçonaria) se dispersassem pelo globo. Detalhe: o tesouro e a frota dos Templários nunca foram achados.
Ao longo do tempo, os maçons viam na pirataria um modo eficiente de fugir das perseguições imperiais e religiosas, assim como uma boa desculpa para atacar navios e dizimar povoados que faziam parte do Império Romano. Inclusive, a famosa bandeira dos piratas, chamada de Jolly Roger, é um símbolo maçônico, antes de ser hasteada em navios piratas.
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E você, leitor, conhece outros detalhes sobre o universo dos piratas? Não deixe de compartilhar sua informação com a gente nos comentários abaixo.
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